Maita
Maita casou-se contra a sua vontade aos 12 anos de idade, na esperança de escapar a um lar violento que a condenou à negligência e à pobreza. Maita não teve infância, o pouco que teve foi passado a criar os seus irmãos que, tal como ela, sofreram com o abandono da mãe. Maita criou seis filhos, todos no meio da pobreza e da privação, e Maita não lê nem escreve, é analfabeta.
Este projeto fotográfico é uma homenagem a María Baronesa Gallegos Torres “Maita”, a minha avó materna. Tem 70 anos e, como muitas mulheres, sofreu violência masculina em casa. Recentemente viúva, com seis filhos, quinze netos e oito bisnetos, Maita é o pilar de uma família que viveu de perto as raízes de um ejido localizado em Alamo, Veracruz, México.
É uma dádiva da minha visão fotográfica a todo o esforço e amor que ela dedicou à família ao longo da sua vida, é reencontrar o meu passado familiar e mergulhar na documentação de uma vida dedicada ao lar mexicano apesar de todas as dificuldades que o sistema heteropatriarcal impôs ao longo dos anos.