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Ucrânia

Mais de três anos depois de a Rússia lançar sua invasão em grande escala, a guerra na Ucrânia tem sido uma prova de resistência para a população civil do país, que suporta os incessantes bombardeios e ataques com mísseis russos. Preobrazhenka é uma pequena aldeia no sudeste da Ucrânia que, à primeira vista, parece serena — uma típica vila ucraniana com abundantes campos e jardins bem cuidados. Mas não escapou da guerra.

A cidade de Kherson, no sul, capturada pelas forças russas no início da guerra e libertada pelas tropas ucranianas há dois anos, ocupa um lugar especial entre as cidades da Ucrânia: encontra-se em um purgatório entre a libertação e a ocupação, livre das tropas russas, mas ainda ao alcance de grande parte do arsenal de Moscou. Enquanto os soldados ucranianos intensificaram seu ataque à margem leste do rio Dnipro, controlada pela Rússia, esta respondeu com intensos bombardeios ao lado ucraniano.

Os moradores de Kherson têm suportado, semana após semana, uma violência indiscriminada desde a retirada das tropas russas, na esperança de uma libertação que não chega, já que a cidade e seus arredores continuam sendo um foco de tensão sangrenta. Menos de 20% dos habitantes permanecem em Kherson, dispersos em vários bairros. A população diminuiu de 280 mil para cerca de 60 mil pessoas e espera-se que diminua ainda mais à medida que o inverno se aproxima, especialmente se a Rússia voltar a bombardear a infraestrutura energética da Ucrânia, como fez no ano passado, quando os ataques estavam em seu auge e a eletricidade e o aquecimento eram escassos.

Após meses de combates extremamente duros e numerosas baixas, os russos avançaram significativamente nas linhas de frente desde o final de 2024, especialmente no leste do país. Atualmente, a Rússia controla cerca de 18% da Ucrânia — uma extensão territorial maior do que a Suíça. Isso inclui a Crimeia e parte do leste da Ucrânia, ocupada por eles desde 2014.