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Ainda estou procurando por você – A luta contínua da Argentina pela verdade e pela memória

Entre 1976 e 1983, a ditadura militar argentina realizou uma campanha sistemática de terrorismo de Estado que deixou um saldo estimado de 30.000 desaparecidos. Uma das práticas mais notórias do regime foram os voos da morte, nos quais os prisioneiros eram drogados e jogados vivos no mar ou em rios. Esses voos se tornaram um símbolo da brutalidade da ditadura e do esforço deliberado para apagar todos os vestígios de suas vítimas.

Décadas depois, a busca pela memória, pela verdade e pela justiça continua. As famílias dos desaparecidos levam os rostos de seus entes queridos a espaços públicos e tribunais, exigindo que sejam prestadas contas. Julgamentos como o da Ponte 12, que investiga os centros de detenção clandestinos, oferecem oportunidades para que seja feita justiça, mas também destacam a persistência da impunidade quando os responsáveis são absolvidos.

Este projeto documenta os esforços contínuos para enfrentar o legado da ditadura: a luta das famílias por respostas, o processo judicial que busca estabelecer responsabilidades e o papel da memória coletiva para manter viva a história dos voos da morte na democracia argentina. É um registro de como uma sociedade continua lidando com os crimes de seu passado e o impacto duradouro nas gerações que ainda esperam pela verdade.