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Luta indígena

Julieta Paredes usa leite de magnésia nos olhos para amenizar os efeitos de bombas de gás lacrimogênio utilizados pela polícia militar para dispersar o protesto contra o projeto de lei conhecido como “MarcoTemporal”, em bloqueio da rodovia dos Bandeirantes em São Paulo, Brasil. O projeto de lei limitaria o reconhecimento de novas reservas indígenas, uma decisão vista por ambientalistas e defensores dos direitos humanos como um retrocesso após intensa pressão do lobby da agricultura e que poderia afetar centenas de territórios sob avaliação. 30 de maio de 2023 O estabelecimento de uma reserva dá às comunidades indígenas proteção legal, ajudando a evitar invasões de terras por madeireiros e garimpeiros ilegais.

Em outubro, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, vetou a parte principal do projeto de lei, uma medida vista como uma grande vitória para os 1,6 milhão de indígenas do país. Muitos deles têm lutado para defender os direitos à terra ameaçados pelo avanço da fronteira agrícola do Brasil na região amazônica. O número de conflitos de terra aumentou à medida que o setor agrícola do Brasil cresceu nas últimas décadas e se tornou uma potência global.

As comunidades indígenas de todo o país reivindicam terras que os agricultores colonizaram e desenvolveram, em alguns casos por décadas. Em 14 de dezembro, o Congresso Nacional do Brasil derrubou um veto presidencial que havia derrubado o cerne de um projeto de lei para limitar as reivindicações de terras indígenas, criando um provável confronto no Supremo Tribunal Federal. Em uma sessão conjunta das duas câmaras, os legisladores votaram por esmagadora maioria para derrubar o veto de Lula a uma política que limitava as reivindicações de terras ancestrais onde os povos indígenas viviam em 1988. Cerca de 300 povos indígenas diferentes vivem em mais de 700 territórios.