|

O ato de ser ele

Utilizo o autorretrato fotográfico para mostrar que a masculinidade aparece não como uma essência, mas como uma série de atos, contradições e tensões performativas. Aqui, o masculino se despoja do mandato e se transforma. Através dessas imagens, questiono o que significa “ser homem”, mas também o que acontece quando esse conceito é quebrado, disfarçado, ocultado ou mostrado de outra forma. Utilizo símbolos religiosos, animais, ícones pop e gestos teatrais para falar sobre identidade e gênero a partir de um lugar desconfortável, poético e, às vezes, violento.

Há humor, dor, ternura e resistência. Há corpo exposto, corpo armado, corpo sagrado, corpo em dúvida. Não há resolução, apenas uma série de perguntas abertas sobre o que significa habitar um gênero quando esse gênero deixa de ser refúgio e se torna campo de batalha. Quanto há de atuação no que chamamos de “ser homem”?