Puerpera
A Pesquisa
A história que Elenter nos conta tem muitas camadas e abrange diversas problemáticas da nossa história e da contemporaneidade. Seu trabalho fotográfico se contrapõe à invisibilidade da mulher e à sua subordinação no passado, no sistema de saúde e em seu papel histórico como ser gestante e responsável pela evolução da humanidade. Um papel que foi reduzido à sua condição biológica produtiva, excluindo o identitário e o vivencial de cada mulher.
Parir é um ato individual e coletivo, uma experiência que nos transcende como indivíduos únicxs, conectando-nos intensamente com todas e cada uma das mulheres que pariram no mundo e ao longo do tempo. É uma travessia expansiva, exorbitante, que nada tem a ver com o caráter reducionista da era tecnológica e digital. É uma experiência que nos liga ao mistério da criação do universo, do Big Bang, igualando-nos a todas as criaturas do planeta. A artista reconhece o poder inato e subversivo das mulheres ao parir e nos torna cúmplices em sua abstração. Convida-nos a reconstruir o olhar e a revisitá-lo, livres da influência de outrxs. Sob o olhar de Elenter, a sala de parto torna-se um espaço político, como o corpo, e parte da luta coletiva do feminismo.
Catalina Bunge, Curadora

📖 Puérpera
- Autora: Deborah Elenter
- Colaboração: Catalina Bunge na edição e Jessica Stebniki/Martín Tarallo da Posta.uy no design
- Editora / Instituição: Centro de Fotografía de Montevideo
- Local de publicação: Montevidéu, Uruguai
- Ano de publicação: 2025
- ISBN: 978-9915-9700-8-0
- Formato: Publicação institucional (não editorial comercial)
- Site: proyectopuerpera.com
- Vídeo relacionado: Assistir via TinyURL
📚 Em Puérpera, Deborah Elenter resgata o parto de sua invisibilidade histórica e o reivindica como experiência vital, política e coletiva. Por meio de imagens íntimas e diretas, ela desafia a redução das mulheres a um papel biológico, devolvendo protagonismo aos seus corpos, gestos e emoções. Sob seu olhar, a sala de parto se torna um território onde se disputam direitos e se exerce autonomia, convidando a repensar o ato de dar à luz como parte da luta feminista.
