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Quem somos quando fechamos os olhos e nos perguntamos: o que é o amor?

Vou escrever da forma mais simples possível. Mas não é fácil. Faço um esforço. Escrevo uma linha e apago. Me confundo. Se supõem que as imagens e palavras são uma forma de criar coesão e significado. Mas a linearidade quase me mata em sua ficção. Foi assim com Bárbara. A conheci quando cheguei no México, por uma amiga em comum. Nos conectamos em nossas histórias heterossexuais de sete anos. Dos homens que controlavam nosso dinheiro. Nossas mentes. A saída. A ruptura. A consciência da não narrativa. O movimento. A viagem dentro e fora de nossos corpos. Visualmente, as fotografias capturadas entre México e Brasil, são tomadas de diferentes formas: luz natural, flash, máquina fotográfica e cyber shot, e são uma mistura de ações em que interpretamos a estranheza das trocas amorosas em cenas que surgem espontaneamente de relações sexuais e momentos com amigos. O resultado é um universo caótico unido pela estranheza, erros e imperfeições, numa tentativa de inventar a vida do jeito que queremos. Valorizando o compartilhar entre mulheres como um exercício de resistência frente a uma sociedade em que, para além da mudança de nacionalidade, se mantém a alienação e a relativização da violência que sofremos nas mãos dos homens: como se fosse amor.