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Isaac Fontana

Entre 2023 e 2025, o Brasil enfrentou crises ambientais, sociais e culturais que expõem a vulnerabilidade de suas populações. No Rio Grande do Sul, chuvas intensas provocaram a maior tragédia climática da história do estado: rios transbordaram, milhões ficaram desabrigados, 184 pessoas morreram e os prejuízos chegaram a R$ 88,9 bilhões, revelando a urgência de medidas diante das mudanças climáticas.
Na cidade de São Paulo, o povo Guarani Mbya do Jaraguá conquistou, em 2025, um marco histórico na luta pelo território: a gestão compartilhada de áreas sobrepostas com o Parque Estadual Jaraguá ampliou a terra indígena de 1,7 hectare para 532 hectares, garantindo a preservação cultural e ambiental. Também na capital, a favela do Moinho, última favela do centro, resistiu a décadas de pressão por gentrificação, enfrentando violência policial e ameaças de despejo. Após intensa mobilização, a comunidade obteve avanços na proteção do direito à moradia e na segurança local.
No Pará, o povo Munduruku sofre com a invasão de garimpeiros ilegais que degradam o rio Tapajós, poluem o ambiente com mercúrio e comprometem a alimentação e saúde das aldeias. Estudos apontam que 100% dos indígenas estão contaminados, integrando conhecimento tradicional e científico para resistir e conscientizar as novas gerações.
Em Rondônia, o Parque Estadual de Guajará-Mirim enfrentou, desde julho de 2024, incêndios criminosos que devastaram 33% da vegetação, ameaçando a biodiversidade e a saúde das comunidades indígenas Karipuna e Uru Eu Wau Wau. Operações de combate mobilizaram mais de 500 agentes, mas a resposta inicial insuficiente evidenciou fragilidades na proteção ambiental.