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Adicto

ByFelipe Dana
Agora como governantes incontestáveis do Afeganistão, os talibãs têm como objetivo acabar com o flagelo do vício em narcóticos, mesmo que seja pela força. Ao cair da noite, os combatentes endurecidos pela batalha que se tornaram policiais vasculham o submundo devastado pelas drogas da capital. Abaixo das movimentadas pontes da cidade de Cabul, em meio a pilhas de lixo e riachos de água suja, centenas de homens sem-teto viciados em heroína e metanfetaminas são reunidos, espancados e levados à força para centros de tratamento. Os métodos pesados são bem recebidos por alguns profissionais de saúde, que não tiveram escolha a não ser se adaptar ao regime do Talibã. “Não estamos mais em uma democracia, estamos em uma ditadura. E o uso da força é a única maneira de tratar essas pessoas”, disse o Dr. Fazalrabi Mayar, que trabalha em um centro de tratamento. Ele estava se referindo especificamente aos afegãos viciados em heroína e metanfetamina. Usuários de drogas detidos durante um ataque do Talibã fazem fila a caminho da ala de desintoxicação do Hospital Médico Avicenna para Tratamento de Drogas em Cabul, Afeganistão, sábado, 2 de outubro de 2021. Agora como governantes incontestáveis do Afeganistão, os talibãs têm como objetivo acabar com o flagelo do vício em narcóticos, mesmo que pela força. (AP Photo/Felipe Dana)
Usuários de drogas consomem heroína em Cabul, Afeganistão, sexta-feira, 1º de outubro de 2021. Agora como governantes incontestáveis do Afeganistão, os talibãs têm como objetivo acabar com o flagelo do vício em narcóticos, mesmo que pela força. (AP Photo/Felipe Dana)
Afegãos se reúnem sob uma ponte para consumir drogas, principalmente heroína e metanfetaminas em Cabul, Afeganistão, na quinta-feira, 30 de setembro de 2021. Agora como governantes incontestáveis do Afeganistão, os talibãs têm como objetivo acabar com o flagelo do vício em narcóticos, mesmo que pela força. (AP Photo/Felipe Dana)
Usuários de drogas detidos durante um ataque do Talibã esperam para serem verificados em uma delegacia de polícia antes de serem transferidos para o Hospital Médico Avicenna para Tratamento de Drogas em Cabul, Afeganistão, sexta-feira, 1º de outubro de 2021. Pelo menos 150 homens foram levados para a delegacia de polícia do distrito, onde todos os seus pertences – drogas, carteiras, facas, anéis, isqueiros, uma caixa de suco – foram queimados em uma pilha, já que eles estão proibidos de levá-los para o centro de tratamento. (AP Photo/Felipe Dana)
**O corpo de um homem morto jaz no chão em uma área habitada por usuários de drogas sob uma ponte em Cabul, Afeganistão, na quinta-feira, 30 de setembro de 2021. De acordo com os usuários de drogas no local, ele foi espancado durante um ataque do Talibã e foi encontrado morto na manhã seguinte. (AP Photo/Felipe Dana)
O Dr. Wahedullah Koshan, à esquerda, gesticula enquanto conversa com Sitara, ao centro, depois que ela se reuniu com seu filho de 21 anos, que foi levado para o Hospital Médico Avicenna para Tratamento de Drogas durante um ataque do Talibã em Cabul, Afeganistão, na segunda-feira, 4 de outubro de 2021. Sitara chora ao reencontrar seu filho, desaparecido há 12 dias. “Minha vida inteira é meu filho”, ela chora. (AP Photo/Felipe Dana)
Um usuário de drogas detido durante um ataque do Talibã é barbeado após chegar ao Hospital Médico Avicenna para Tratamento de Drogas em Cabul, Afeganistão, sábado, 2 de outubro de 2021. Os métodos pesados são bem recebidos por alguns profissionais de saúde, que não tiveram escolha a não ser se adaptar ao regime do Talibã. “Não estamos mais em uma democracia, estamos em uma ditadura. E o uso da força é a única maneira de tratar essas pessoas”, disse o Dr. Fazalrabi Mayar, que trabalha em uma unidade de tratamento. Ele estava se referindo especificamente aos afegãos viciados em heroína e metanfetamina. (AP Photo/Felipe Dana)
Usuários de drogas detidos durante um ataque do Talibã descansam na ala de desintoxicação do Hospital Médico Avicenna para Tratamento de Drogas em Cabul, Afeganistão, segunda-feira, 4 de outubro de 2021. Agora como governantes incontestáveis do Afeganistão, os talibãs têm como objetivo acabar com o flagelo do vício em narcóticos, mesmo que pela força. (AP Photo/Felipe Dana)
Um usuário de drogas em tratamento gesticula de dentro da ala de desintoxicação do Hospital Médico Avicenna para Tratamento de Drogas em Cabul, Afeganistão, sábado, 2 de outubro de 2021. No hospital, os pacientes, em um total de 700, flutuam pelos corredores como fantasmas. Alguns dizem que não estão sendo alimentados o suficiente. Os médicos disseram que a fome faz parte do processo de retirada. (AP Photo/Felipe Dana)
Usuários de drogas detidos durante um ataque do Talibã esperam para serem barbeados após chegarem ao Hospital Médico Avicenna para Tratamento de Drogas em Cabul, Afeganistão, sexta-feira, 1º de outubro de 2021. No hospital, os pacientes, em um total de 700, flutuam pelos corredores como fantasmas. Alguns dizem que não estão sendo alimentados o suficiente. Os médicos disseram que a fome faz parte do processo de retirada. (AP Photo/Felipe Dana)

Atualmente, os Taliban, que governam o Afeganistão sem contestação, querem acabar com o flagelo da toxicodependência, mesmo que seja pela força. Ao cair da noite, os combatentes que se transformaram em polícias vasculham o submundo da capital, devastado pela droga. Por baixo das movimentadas pontes da cidade de Cabul, entre montes de lixo e riachos de água suja, centenas de sem-abrigo viciados em heroína e metanfetaminas são reunidos, espancados e levados à força para centros de tratamento. Os métodos pesados são bem acolhidos por alguns profissionais de saúde, que não tiveram outra alternativa senão adaptar-se ao regime talibã. “Já não estamos numa democracia, estamos numa ditadura. E o uso da força é a única forma de tratar estas pessoas”, disse o Dr. Fazalrabi Mayar, que trabalha num centro de tratamento. Estava a referir-se especificamente aos afegãos viciados em heroína e metanfetaminas.

Felipe Dana